domingo, 18 de agosto de 2013

QUERÊNCIA

QUERO A VIDA COMO ELA É/ SEM MEDOS, NEM SOBRESSALTOS/ SALTAR DOS CUMES MAIS ALTOS/ MONTADO NA MINHA FÉ/ SEMPRE SER O QUE SE É/ E SÓ BUSCAR O QUE PRECISO/ SEM PENSAR QUE O PARAÍSO/ É UM LUGAR IMAGINÁRIO/ CONSTRUIR O MEU CENÁRIO/ NAS PLAGAS DO MEU JUÍZO

A RODA QUE O MUNDO GIRA

GIRA A VIDA NA RODA DO MUNDO/ SEMPRE EM FRENTE SEM TER TEMPO DE PARAR/ PROCURANDO NA ESPERANÇA DE ENCONTRAR/ O AMOR, SENTIMENTO TÃO PROFUNDO/ MUNDO VIDA QUE RODA NUM SEGUNDO/ CONSTRUINDO O CAMINHO A SEGUIR/ E VAI JUNTANDO E DEPOIS VAI DIVIDIR/ ILUSÕES, DESEJOS E VONTADES/ E NO FIM O QUE FICA DE VERDADE/ É A CERTEZA QUE TEMOS QUE PARTIR/ RODA O MUNDO CONSTRUINDO SUA ESTRADA/ REFAZENDO O QUE ANTES EXISTIU/ DESTRUINDO O QUE JÁ NÃO RESISTIU/ E AGORA NÃO SERVE MAIS PRÁ NADA/ FEZ DO O ESPAÇO SUA ÚNICA MORADA/ E DO VENTO SEU AMIGO E PROTETOR/ É O SOL SUA FONTE DE CALOR,/ E A CHUVA SEMPRE MATA SUA SEDE/ MAS NÃO PASSA DE UM PEIXE NUMA REDE/ UM BRINQUEDO NAS MÃOS DO CRIADOR.

UM ADEUS A ANTONIO XUDU

Recentemente perdemos o poeta Antônio Xudu, conhecido por Toinhê, irmão do inesquecível Manuel Xudu Sobrinho. Toinhê era uma pessoa simples, amiga e admiradora da poesia repentista, além de ser um grande poeta. Algumas vezes tive a oportunidade de ouvi-lo declamando seus versos e ficava admirado com a facilidade com que os mesmos eram construídos, demonstrando a riqueza da fonte poética que havia dentro dele. Me vem a mente um dos seus motes que ele gostava de declamar: “Mulher não tem Coração”. Ele dizia: Eu vejo a mulher casada,/Que tem tudo que ela quer/Comida, garfo e colher/E uma cama bem forrada./Só vive bem arrumada./Tem o homem em sua mão/Mas às vezes outra paixão/Lhe faz mudar o sentido/E assim trai o marido/Mulher não tem coração. Vai em paz poeta, pois teu irmão te espera para grandes embates poéticos no céu.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O SONHO

O Sonho

Todo sonho se faz em bases esvaecidas
E se alimenta de coisas ilusórias,
Seus motivos se perdem nas memórias
Das paixões pela vida embevecidas.
Emoções que já nascem divididas
Entre o querer e o desejo de amar.
É o rio querendo ser o mar.
É cobiçar o que não se pode ter
É buscar uma razão para viver
Sem poder, sem se ter e sem sonhar.

(Azenildo)

O TOQUE

Quando você me toca
Não toca só em mim
Toca na minha alma
Abala a minha calma
Princípio, meio e fim

È só desejo e emoção
Esse teu beijo é tentação
Que não consigo controlar

Vem e faz de mim
Aquilo que bem quer
Eu sempre digo sim
Vem ser minha mulher
A doce sensação
Que gosto de sentir

Não, não diga
Que é um sonho
Que é tudo ilusão
Você já é a dona
Desse meu coração
E sem você aqui
Não posso suportar

Sim, eu sei
Que o nosso caso
Vai se eternizar
Em cada beijo dado
Na hora de amar
Tamanho sentimento
Não pode acabar.

Azenildo

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Um tiro no escuro

Só querer e não lutar
Só sonhar e não fazer
Desejar e não se ter
Posssuir e não usar
É estar sempre a vagar
Sem presente, nem futuro
É viver sem ter sentido.
Se encontrar sempre perdido
Dando tiro no escuro.
Azenildo

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Luz

Se é preciso sonhar, eu também sonho,
Pois a vida me traz grande alegria.
Traz desejos, ilusões e fantasias.
Traz alento nos momentos mais tristonhos.
Enfrento chuvas em temporais medonhos.
Sem contudo jamais desanimar
Pois há sempre uma luz a nos guiar,
Ajudando o errante caminheiro
É meu Deus esse grande timoneiro
O fanal na escuridão do mar.
(Azenildo)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

ECLIPSE

Querer você é meu drama.
Sozinho em nossa cama,
Tentando te esquecer.
Eclipse da minha vida
É paixão mal resolvida,
Machucando o meu viver.
Mas como posso sonhar
Se perco no teu olhar
Tudo aquilo que procuro?
E quando a saudade vem
Pego a pensar em meu bem
Como fica o meu futuro?

De repente tudo muda é só você chegar.
Procuro sempre um jeito de te agradar
Tentando realizar suas fantasias.
Eu sei que esse desejo é só ilusão
Não posso controlar esse meu coração
Gritando por você nas minhas noites frias.

Eclipse da minha vida
É paixão mal dividida
Machucando o meu viver

(Azenildo)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vou beber toda cana do Universo Prá Esquecer a mulher que mais amei

Xudu era boêmio e teve sérios atritos com sua esposa pór conta de suas andanças, que culminaram com a separação do casal. Certa vez, numa cantoria deram-lhe o tema: VOU BEBER TODA CANA DO UNIVERSO/PRÁ ESQUECER A MULHER QUE MAIS AMEI. Ele, lembrando-se de sua vida conjugal, assim cantou:

Eu conduzo ao banco lá da praça
A garrafa o copo e a viola.
Poesia me conforta e me consola
E me faz esquecer minha desgraça.
Quando a brisa da madrugada passa,
Eu acordo e onde estou não sei.
Aí recordo a mulher com quem casei:
Uma ingrata do coração perverso.
Vou beber toda cana do universo
Prá esquecer a mulher que mais amei.

Algum tempo eu fui feliz com Nita,
Mas o destino desfez meu matrimônio.
Uma casa é meu único patrimônio
Em que minha família ingrata habita.
Depois que sobreveio-me a desdita,
Num farrapo humano me transformei.
Ignoro o mau que pratiquei
Prá meu plano sair tão adverso.
Vou beber toda cana do universo
Pra esquecerm a mulher que mais amei.

Bota regra na boca da mochila

Essa também é de Xudu:

Eu casei com uma mulher descontrolada.
Faço feira pra ela e meus filhinhos.
Ela distribui tudo com os vizinhos
E no meado do mês não tem mais nada.
Eu reclamo, ela fica exaltada.
Isso torna minha vida intranquila.
Me obrigo a voltar denovo à Vila,
Prá comprar o que é suficiente
E depois peço a ela calmamente:
Bota regra na boca da mochila.